Junho de 2006
Nomes:
Eduardo Takashi Watanabe
Érica Sousa Miguel
Profa.: Jane Gregorio-Hetem
O que é constelação?
Constelação é o nome de um padrão aparente de estrelas no céu noturno. Desde a Antiguidade, associaram-se figuras de seres humanos, animais e objetos a estes padrões ou “agrupamentos” de estrelas. Com o passar do tempo, as constelações foram sendo modificadas e novas constelações foram imaginadas. Uma mesma estrela podia pertencer a mais de uma constelação, pois diferentes culturas percebiam padrões diferentes no céu.
Isto não era muito prático se alguém quisesse usar as constelações para orientação espacial. Em 1929, a IAU (International Astronomical Union) definiu 88 constelações, conhecidas hoje como as constelações oficiais. Elas têm a principal função de delimitar regiões no céu para facilitar a localização dos objetos celestes.
A maioria das constelações oficiais originaram-se de um grupo de 48 constelações listadas por volta do final do século 2, pelo astrônomo grego Ptolomeu, na obra Almagesto. Alguns exemplos são Andrômeda, Órion, Cão Maior e Centauro. Mas nem todas as constelações são visíveis da Grécia. Por isto há constelações oficiais com origem em outras culturas antigas, como a egípcia, e outras ainda que só foram definidas nos séculos 17 e 18. Por volta de 1752, por exemplo, após uma visita ao Cabo da Boa Esperança, o astrônomo francês Nicolas Louis de Lacaille preencheu o céu meridional com algumas novas constelações, a maioria representando instrumentos utilizados na ciência e nas artes, como o Octans (octante) e o Telescopium (telescópio). Ele também separou a constelação grega de Argo Navis em três partes: Carina, Puppis e Vela.
Qual a importância das constelações?
As constelações já foram usadas como guias para a navegação, como indicadores das estações do ano (auxiliando na agricultura), e também para facilitar a localização de estrelas importantes.
O fato de que algumas constelações são visíveis em um hemisfério e não são visíveis em outro foi usado pelos antigos gregos como um dos argumentos de que a Terra é redonda.
Hoje os astrônomos ainda usam as constelações como uma forma prática de localizar certa região do céu.
As Atividades
Objetivos
Um dos objetivos das atividades propostas é que os alunos aprendam a utilizar conceitos científicos básicos relacionados ao tema, como, por exemplo, estrela, constelação, magnitude aparente e eclíptica.
É importante que haja a valorização dos conhecimentos de povos antigos para explicar os fenômenos celestes.
Os alunos também terão a oportunidade de se familiarizar com os nomes de algumas constelações e suas principais estrelas.
As atividades propostas podem ser preparatórias para uma atividade de campo. Uma vez que os alunos já se familiarizaram com algumas constelações, sua identificação no céu fica bem mais fácil.
Por fim, os alunos serão incentivados a usar a criatividade. Também exercitarão a expressão nas linguagens escrita e oral.
Primeira atividade: Desenhando com as estrelas
Material necessário
- Uma folha com a imagem das constelações de Órion, Cão Maior e Lepus, com as estrelas claras e o fundo escuro.
- Uma folha para cada aluno com as constelações de Órion, Cão Maior e Lepus, com as estrelas em preto e o fundo em branco.
- Uma folha com as constelações e as linhas imaginárias que ligam as estrelas.
- Lápis e borracha e régua para cada aluno.
Aplicação da atividade
O professor mostrará aos alunos a folha com as estrelas claras e o fundo preto, e explicará que é uma reprodução de uma região do céu noturno. O professor entregará as folhas dos alunos, falando que se trata da mesma região do céu, só que com as cores invertidas. Pedirá então que os alunos usem a criatividade e liguem os pontos para formar pelo menos duas figuras na folha. Depois, eles terão que inventar e escrever uma história que tenha como personagens as figuras desenhadas.
O professor pede que alguns alunos leiam, de preferência voluntariamente, a história que inventaram.
O professor, então, conta que os gregos também inventaram uma história para aquelas estrelas, mostra a folha com as linhas e conta a história de Órion. É o momento, também, de explicar o que é constelação.
Órion, Lepus, Canis Major e a Mão dos Lakota
Os gregos associaram um padrão de estrelas ao mito de Órion. Órion era um caçador muito forte e bonito. Ele era tão bom que foi contratado pelo rei Oenopion para matar animais ferozes que aterrorizavam os moradores da ilha de Chios. Feliz com seu desempenho, Órion disse que mataria todos os animais selvagens da Terra. A Deusa Gaia, protetora da Terra, não gostou da intenção de Órion e mandou um enorme escorpião matá-lo. Logo após aferroar o calcanhar do guerreiro, o escorpião foi esmagado. Os dois morreram e foram mandados para o céu.
No céu, próximo a Órion, temos o Cão Maior, que era um dos grandes cães de caça de Órion, que o acompanha na caça de uma lebre (Lepus).
O povo Lakota conta outra história com as estrelas da constelação de Órion. Para este povo, naquela região está a constelação da Mão, e representa o braço de um grande chefe dos Lakotas. Os deuses queriam punir o líder Lakota por causa de seu egoísmo, e pediram que o Povo do Trovão lhe cortasse o braço. A filha do líder se ofereceu para casar com quem pudesse recuperar o braço de seu pai.
Estrela Cadente, um jovem guerreiro, cujo pai era uma estrela e a mãe era humana, devolveu o braço ao líder e casou-se com a filha. O retorno do braço simboliza a harmonia entre os deuses e o povo, com a ajuda da geração mais nova.
O dedo indicador é a estrela Rigel, e o polegar é a nebulosa de Órion. O conjunto das três Marias é o pulso.
Segunda atividade: As constelações zodiacais
Material necessário
- Cinco conjuntos com doze cartas cada. Cada carta contém uma constelação zodiacal (com o nome da constelação e as linhas imaginárias).
Aplicação da atividade
O professor divide a classe em cinco grupos, e entrega para cada grupo um conjunto de doze cartas. O professor diz que estas constelações são chamadas de zodiacais, as mesmas que se referem aos signos do zodíaco, e pede que os alunos as coloquem em ordem.
Depois que pelo menos três grupos tiverem terminado, um aluno por grupo fala em voz alta a seqüência montada. Deve-se dar a oportunidade para que os grupos interajam se houver alguma discrepância nas seqüências montadas.
O professor, então, explica o que são as constelações zodiacais, explicando também o que é a eclíptica e que estas constelações se repetem no período de aproximadamente um ano.
Divide-se a sala em doze grupos e pede-se que cada grupo pesquise a mitologia de uma das constelações zodiacais, que depois será apresentada na forma de exposição oral para os demais alunos.
O professor, se quiser, pode falar sobre a décima terceira constelação zodiacal, o Ophiuchus, ou Serpentário. O movimento anual aparente do Sol também passa por esta constelação, embora ela não tenha um signo correspondente na astrologia.
As constelações zodiacais
O zodíaco é uma faixa do céu limitada por dois paralelos de latitude celeste: um a 8° ao norte e o outro a 8° ao sul da Eclíptica, que é o círculo máximo da Esfera Celeste que representa o movimento aparente anual do Sol.
Na faixa zodiacal, encontram-se 24 constelações. Algumas estão totalmente inclusas, como as 13 atravessadas pelo Sol, e outras estão parcialmente inseridas nessa faixa.
A faixa zodiacal teve importância para quase todos os povos da Antigüidade pela presença dos astros que se movimentavam no céu, em especial do Sol, cuja posição determinava o início e o transcurso das estações do ano.
Uso de Softwares de Astronomia
Através do trabalho realizado entramos em contato com diversos softwares de astronomia, os programas utilizados na elaboração deste trabalho foram de extrema utilidade para a elaboração das atividades propostas.
O software principal utilizado foi o Celestia, programa de licença freeware, grátis, que pode ser instalado em qualquer computador. O programa oferece diversos recursos para a observação das estrelas, constelações e planetas.
Outro programa que chegamos a explorar parcialmente foi o Stellarium, também de instalação gratuita, porém esse programa se mostrou muito pesado e lento, em compensação possui muitos recursos interessantes.
E por ultimo, mas não menos interessante, o Cartes du Ciel, ele pode ser facilmente instalado e manipulado em máquinas simples, esse é o programa mais simples graficamente.
* Imagem gerada através do software Celestia, Discovery em órbita terrestre sobre a Terra.
* Constelação de Capricórnio em observação através do software Stellarium
* Constelações vistas através do software Cartes du Ciel
Atividade
Uma sugestão de atividade é levar os alunos a conhecer esses programas, assim podem ter contato com a astronomia de uma forma mais interativa, literalmente passeando entre os planetas e estrelas. Também podem ser realizadas demonstrações como forma de fechamento das atividades apresentadas anteriormente, levando ao aluno um fechamento de idéias e fixação do conteúdo apresentado.
Referências
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, MEC/SEF, 1998.
Nova Enciclopédia Ilustrada Folha. Vol. 1. São Paulo, Publifolha, 1996.
http://chandra.harvard.edu
http://www.astro.wisc.edu/
http://www.seasky.org/pictures
http://www.shatters.net
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